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Perspetivas 2024

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01 de Fevereiro de 2024

O crescimento económico em termos globais deverá continuar a situar-se abaixo do potencial. Apesar de antevermos uma gradual recuperação do setor industrial depois de este ter estado em retração desde setembro de 2022, enquanto a dinâmica do setor dos serviços deverá enfraquecer durante os próximos meses.

Cenário macroeconómico

Grande parte da inflação dos últimos 2 anos derivou do conjunto de choques da oferta que ocorreu num curto espaço de tempo, provocados pela pandemia, pela guerra na Ucrânia e pela crise energética. A realidade e os dados económicos evidenciam, que afinal nunca houve realmente um problema estrutural de inflação provocado por um excesso de procura de bens e serviços.

O crescimento económico em termos globais deverá continuar a situar-se abaixo do potencial. Apesar de antevermos uma gradual recuperação do setor industrial depois de este ter estado em retração desde setembro de 2022, enquanto a dinâmica do setor dos serviços deverá enfraquecer durante os próximos meses.

Em 2024, esperamos que ainda se façam sentir os efeitos retardados da política monetária e um maior aperto fiscal. Contudo, a ausência de desequilíbrios sérios na componente privada nas principais economias a nível global, faz-nos antever a manutenção de um cenário de abrandamento económico, sem sinais de risco de uma recessão mais pronunciada. No nosso cenário central de gradual normalização da política monetária, a atividade económica, apesar de desacelerar, vai-se manter suportada, o que irá permitir um bom desempenho dos mercados acionistas e obrigacionistas globais em 2024.

Inflação

A dinâmica de desaceleração de crescimento de preços parece ser cada vez mais transversal a todas as economias. Apesar da permanência de alguns temas geopolíticos, o risco de uma inflação estrutural parece ter-se dissipado, sendo notória a recente trajetória de descida da inflação.

Política Monetária

A Reserva Federal Americana deverá baixar as suas taxas diretoras antes do BCE, uma vez que já evidenciou o seu propósito de colocar estas a níveis mais baixos. Dados os efeitos retardados da agressiva política monetária e dada a manutenção de um cenário de descida de inflação e de abrandamento económico, as taxas de juro vão ser cortadas mais cedo ou mais tarde. Em contrapartida é de assinalar que um novo ciclo de política monetária já começou em 2023 nas economias emergentes, o que se deverá estender em 2024.

Política Fiscal

Há que registar que o processo de transição energética ganhou um novo ímpeto, não só pela perspetiva de um financiamento de projetos mais baratos, mas também pela normalização dos preços dos metais, fundamentais para essa transição, impulsionando o programa de investimento IRA nos EUA e a Agenda Verde Europeia. Por outro lado, é de registar que em 2024 a China continuará a enveredar por uma política fiscal expansionista com vista a absorver o choque imobiliário e a provocar uma retoma da economia.

Classes de Ativos

Obrigações

A manutenção da descida da inflação vai ter um efeito importante na normalização das taxas de juro reais de longo prazo. Parte do movimento já ocorreu no final do ano de 2023, mas ainda falta uma parte significativa desse movimento de ajustamento, com o fim do cenário de taxas de juro diretoras de Higher for Longer. Em 2024, deveremos assistir a uma descida da volatilidade dos ativos de taxa de juro de boa qualidade creditícia, o que torna esta classe de ativos bastante atrativa em termos de binómio risco-retorno.

Ações

O hiato de valorizações entre os EUA e as restantes geografias, designadamente a Europa e os mercados emergentes, parece-nos desajustado face às expectativas similares de crescimento de resultados, em termos agregados. No nosso cenário central, de inflação e de taxas de juro mais baixas, assumimos que alguns destes mercados podem voltar a obter rentabilidades de dois dígitos em 2024. As métricas dos mercados acionistas globais encontram-se relativamente ajustadas com as métricas históricas do mercado. A resiliência dos balanços, a maior flexibilidade e agilidade das empresas e a consequente menor volatilidade dos resultados, torna o prémio de risco mais atrativo.

Matérias-primas

Pela primeira vez na história, os investimentos em energia solar em 2023 superam o capex no setor petrolífero. A perspetiva da manutenção de fortes investimentos em energias renováveis, e de um maior investimento na mobilidade energética e em infraestruturas, faz com que alguns dos metais industriais se venham a deparar com uma procura sustentada em 2024. Apesar de um contexto geopolítico complexo, o ano de 2023 foi marcado por uma maior normalização dos preços da energia, com maior expressão ao nível do gás do que no petróleo. No entanto, em 2023 a correlação de posições especulativas no mercado petrolífero teve uma enorme correlação com os preços do petróleo, enquanto a curva da procura de posições comerciais se tornou muito mais sensível a subidas e descidas de preços.

Divisas

A descida das taxas de juro reais americanas é geralmente um fator de depreciação do dólar face às restantes divisas. Dado a expectativa de uma normalização da taxa de juro americana, existe espaço para uma valorização estrutural das restantes divisas face ao dólar, designadamente o euro e o iene, as principais moedas das economias emergentes.

Riscos

O aumento das tensões geopolíticas associado a guerras e a aumentos de medidas protecionistas, podem ter um impacto material nas cadeias de produção e de distribuição, levando os Bancos Centrais a permanecerem com taxas de juro elevadas durante mais tempo.

Para além da incerteza geopolítica provocada pelos conflitos na Europa e no Médio Oriente, existem outros temas. Em 2024, mais de 70 economias, incluindo oito das dez mais populosas, vão ter eleições. Nas economias onde persistem importantes desequilíbrios macroeconómicos há sempre o risco de medidas populistas que podem reverter as dinâmicas de inflação.

Em contrapartida, existe um risco positivo sobre as dinâmicas atuais subjacentes à transição energética e à mobilidade urbana. Dado que 59% de um barril de petróleo é usado em gasolina e gasóleo (fonte: IEA), as expectativas futuras do consumo de petróleo nos países desenvolvidos podem estar sobrevalorizadas, o que pode fazer cair o preço do petróleo apesar dos temas geopolíticos.

Para obter mais informação sobre as Perspetivas 2024, aceda à apresentação completa Em busca do tempo perdido,  disponível em www.bbvaassetmanagement.pt ou consulte o seu Gestor.

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