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Ritmos e Compassos, as notas dos mercados em 2025…

bbvaamportugal

16 de Janeiro de 2025

Nota especial

Crescimento económico

Os indicadores económicos continuam a evidenciar um crescimento moderado da economia global para 2025 em redor dos 3%, mantendo-se a perspetiva da ausência de desequilíbrios sérios na componente privada das diferentes economias, onde os níveis de emprego se deverão manter elevados.

Neste primeiro semestre, vamos continuar a assistir à reversão do ciclo monetário global, com a descida das taxas de juro diretoras, tanto na Europa como nos EUA, o que deverá dar suporte às condições económicas globais.

Inflação

A trajetória de descida da inflação deverá manter-se ao longo de 2025, mas a um ritmo menor.  Por um lado, o efeito base vai ter um efeito desinflacionista menor, por outro as tendências do mercado imobiliário, designadamente do preço das rendas, e a estabilização dos preços de energia vão mitigar os riscos de subida de inflação.

Política Monetária

Em termos de política monetária e independentemente da maior ou menor agressividade dos Bancos Centrais, a politica monetária nas principais economias irá assentar nos cortes de taxa de juro até se atingir o terreno de neutralidade, com o BCE inclusive poder colocar as taxas de juro abaixo dos 2% antes do final do ano.

Riscos

Os riscos geopolíticos vão continuar a estar presentes neste mundo aparentemente cada vez mais fragmentado. No entanto a fragmentação não é um sinal de menor interdependência entre regiões, antes pelo contrário. Se é verdade que os riscos geopolíticos em 2025 são suscetíveis de influir negativamente na economia, também é verdade que alguns desses riscos podem ter potencialmente um impacto positivo: horizonte temporal e diversificação, fatores determinantes da poupança de longo prazo.  O MSCI World valorizou-se 75% desde 2019, antes da pandemia e das guerras, ou seja, o equivalente a 11,84% anual.

Taxas de juro reais

A normalização das taxas de juro reais de longo prazo para níveis de pós grande recessão está alinhada com o aumento do endividamento e com a necessidade dos Bancos Centrais financiarem as economias. A descida das taxas de juro reais de longo prazo é um dos maiores suportes para o bom comportamento dos mercados de taxas de juro e acionistas globais.

Classes de Ativos

Obrigações

A maior descorrelação dos mercados de taxas de juro, que confere um efeito de cobertura às obrigações de boa qualidade creditícia, associada ao efeito do cupão corrido e ao efeito positivo da elasticidade rendimento/preço, são fatores que tornam esta classe de ativos bastante atrativa, de um ponto de vista de risco/retorno.

Ações

Apesar das valorizações do mercado americano se encontrarem pouco atrativas, estas não refletem a enorme dispersão de métricas financeiras entre os diferentes setores. Por outro lado, os mercados acionistas europeus evidenciam métricas financeiras atrativas, quer em termos absolutos, quer em termos relativos.

Mantemos uma visão positiva nesta classe de ativos, onde taxas de juro mais baixas, ganhos de produtividade associados a uma maior implementação da IA e a maior dinâmica em Fusões & Aquisições tornam este mercado bastante atrativo.

Conclusão

O crescimento económico global vai-se continuar a situar abaixo do seu potencial, mas mantendo-se sustentável na vizinhança dos 3%.

A ausência de riscos de sobreaquecimento da economia irá mitigar os riscos de inflação, sendo previsível a gradual descida da mesma ao longo de 2025. A ausência de pressões inflacionistas sérias vai obrigar os Bancos Centrais a retirarem o modo restritivo da política monetária, retornando a mesma a um modo neutral, ou expansionista em algumas regiões.

Apesar da complexidade do mundo em que vivemos, os mercados financeiros têm conseguido absorver os riscos geopolíticos, sendo que em 2025 podem também existir surpresas positivas neste campo.

Se a inflação continuar a moderar-se e a confiança dos agentes recuperar, as taxas de juro reais de longo prazo deverão cair para um novo equilíbrio sustentado de longo prazo.

Dada a maior visibilidade do ciclo monetário, os mercados obrigacionistas de boa qualidade são uma das maiores oportunidades de investimento em 2025, em termos do binómio de risco/retorno.

É fundamental analisar a dispersão das métricas geográficas e setoriais no mercado acionista, onde as dinâmicas da tecnologia e das fusões e aquisições são transversais a todos os setores de atividade.

Com estes Ritmos e Compassos, concluímos, que o horizonte temporal e a diversificação, são duas notas essenciais para nos mantermos positivos nos mercados de taxas de juro e acionistas globais ao longo de 2025, fatores críticos de sucesso para a poupança sustentada de longo prazo, independentemente do perfil de cliente.

Para obter mais informação aceda à apresentação completa sobre as Ritmos e Compassos, disponível em www.bbvaassetmanagement.pt ou consulte o seu Gestor.